
cultivo
Com tantas opções no mercado, sempre fica a dúvida sobre qual a melhor opção de vaso para acompanhar seu cultivo em fibra de coco. São basicamente duas decisões a serem tomadas: o tamanho e o material dos vasos. Primeiramente, tenha em mente que a ideia por trás da escolha do vaso certo é fornecer o melhor ambiente possível para as raízes das plantas. As raízes são como o “coração” da sua planta. Elas precisam estar saudáveis para que sua planta obtenha nutrientes para crescer e maximizar o rendimento das flores. Raízes saudáveis precisam de: - Umidade o tempo todo. As raízes simplesmente morrem quando secam! Boas práticas de irrigação combinadas com um ótimo meio de cultivo garantirão que suas raízes nunca sequem; - Oxigênio. As raízes das plantas “respiram” oxigênio, então uma das melhores coisas que você pode fazer por elas é garantir que elas sempre tenham acesso a bastante oxigênio. Deixar as raízes "inundadas" por muito tempo (como deixar empoçamento constante nos pratos) pode afogá-las, pois elas rapidamente absorvem todo o oxigênio da água e não conseguem mais acesso a ele. O cultivo em fibra de coco tem justamente a característica de proporcionar sempre excelente drenagem, melhorando o acesso das raízes ao oxigênio. Mais oxigênio para as raízes = crescimento mais rápido; - Nutrientes. As raízes buscam por nutrientes no solo e em seguida os entregam ao resto da planta. Garantir que sua planta tenha fácil acesso a nutrientes ajudará suas plantas a prosperar e produzir novos brotos constantemente. Via de regra, quanto mais nutrientes a planta consumir (dentro do limite que a planta aguenta sem "queimar"), melhor será o rendimento da colheita; - Controle do PH. Alguns nutrientes são sensíveis ao pH do ambiente. Quando expostos ao pH errado, a forma molecular desses nutrientes realmente muda e os torna insdisponíveis para as raízes. Manter o PH das raízes nos limites corretos (idealmente entre 5.8 e 6.2) garante a absorção correta dos nutrientes (lembramos aqui que Easycoco já vem com o PH ajustado, diminuindo esse trabalho). - Escuridão. Fototropismo é o que faz uma planta se curvar ou crescer direcionalmente em resposta à luz. Os brotos crescem sempre em direção à luz e uma planta deitada se curvará também na direção da luz. Porém as raízes se movem em direção oposta a ela (fototropismo negativo), buscando a escuridão. Toda vez que as raízes forem expostas à luz sofrerão uma "cauterização", atrapalhando o crescimento geral da planta. ESCOLHA DO MATERIAL Como o cultivo indoor demanda a constante movimentação de vasos, devemos descartar todos os vasos confeccionados em materiais pesados (cerâmica, concreto, pedra, vidro, etc.). Sobram basicamente 3 opções: vasos plásticos, vasos de tecido e os "airpots" (vasos com aberturas laterais). Suas características são: - Vasos plásticos. Baratos e fáceis de encontrar em qualquer floricultura. Também são fáceis de higienizar para reutilização. Precisam ser furados no fundo e acompanhados de pratos que evitem o afogamento das raízes (desencostados dos vasos). Escolha vasos firmes e de plástico duro, pois os vasos de plástico mole (muito utilizados para comercialização de mudas) expõem as raízes à luminosidade nas laterais quando a planta está seca. Por esse mesmo motivo, vasos plásticos devem ser preenchidos até a última "dobra" antes da borda, evitando que qualquer luz alcance as laterais do vaso; - Vasos de tecido e "Airpots". Disponibilizam mais oxigênio para as raízes e evitam o chamado "root-bound" (um tipo de congestionamento das raízes). Como nesses vasos o solo também seca pelas laterais, seu uso acaba sendo desnecessário no cultivo com fibra de coco, já que esse substrato já tem excelente aeração. É indicado, portanto, para os cultivos em inertes mais densos, como a turfa, ou em orgânicos, com solo vivo, onde a necessidade de "dryback" é maior. São mais difíceis de lavar para reutilização, sendo que os vasos de tecido exigem o uso de água quente para correta higienização e esterilização. SOBRE O TAMANHO DOS VASOS UTILIZADOS Ao escolher o tamanho do vaso final para suas plantas, leve em conta apenas o tempo que você tem para se dedicar ao cultivo. De maneira simples vasos menores exigem mais tempo do cultivador (quando não dispõe de sistema de rega automática) e vasos maiores menos tempo. Importante ressaltar que ambos os tamanhos, nesse caso, tendem a dar o mesmo rendimento se o intervalor de regas for o mesmo. Caso o vaso maior receba menos regas, esse terá rendimento menor. Ou seja, o rendimento estará sempre associado à frequência de regas e aos ciclos de secagem e não ao tamanho dos vasos nesse tipo de cultivo. Nos cultivos em solos tradicionais o tamanho do vaso acaba determinando o tamanho das plantas, pois mais área na região das raízes permite que elas se espalhem, gerando maior absorção de nutrientes. Entretanto, no cultivo com fertilizantes minerais, conforme explicado anteriormente, os nutrientes são entregues prontos para absorção, não exigindo da planta mais "área" de exposição das raízes. Em função disso, é comum o cultivo indoor em vasos de 3,5-5lts, quando o cultivador tem tempo para realizar uma ou mais regas diárias, em vasos de 7-10lts para regas mais espaçadas e vasos de 20+lts. para cultivo outdoor.
COMO ESCOLHER O VASO CERTO?
Se você começar o cultivo de suas plantas através da germinação de sementes ou clonagem vai perceber que elas crescem mais rápido em vasos pequenos do que em vasos grandes. Isso acontece porque é mais fácil para as raízes de uma planta pequena encontrar o equilíbrio correto entre oxigênio e umidade no vaso pequeno do que em vasos maiores, onde a tendência é que fiquem em constante estado de "afogamento" (não há tantas raízes para beber toda a água das regas, que acaba demorando muito a secar. a planta bebe menos e por isso cresce mais lentamente). Devemos sempre começar com as plantas novas em vasos pequenos e realizar um ou dois transplantes até seu tamanho final. Mas qual é a hora certa de transplantar? Primeiramente deve-se ter em mente que todos os transplantes são feitos enquanto as plantas se encontram no estado vegetativo. Nessa fase as plantas crescem mais rapidamente e precisamos deixar sempre espaço para as raízes se desenvolverem saudavelmente. Uma boa medida é fazer os transplantes assim que as plantas começarem a "pedir água" mais de uma vez ao dia. Então, por exemplo, uma planta que precisa ser regada a cada 2 dias vai crescendo e começa a pedir regas todos os dias; continua a crescer e as regas passam a ser duas ou mais vezes ao dia. Essa seria uma boa hora para transplantá-la (ou implementar um sistema de regas automático).
E OS TRANSPLANTES?
O sucesso de sua cultura depende de uma quantidade grande de fatores. Além da qualidade das sementes ou clones obtidos, o ambiente indoor é determinante para se obter resultados satisfatórios e minimizar as frustrações. Dentre os fatores mais importantes, destacamos: TEMPERATURA E UMIDADE - Na natureza as plantas estão sujeitas ao clima do local onde se encontram, mas seu ciclo natural começa sempre com a germinação na primavera (temperaturas amenas); crescimento vegetativo no verão (temperaturas mais altas); floração no outono (onde o clima vai ficando mais seco e as temperaturas mais baixas); e colheita no inverno (com clima seco e temperaturas baixas). No cultivo indoor tenta-se reproduzir esse ciclo em menor tempo que um ano (normalmente 3 a 5 meses), através da mudança de foto períodos (18h de luz acesa para 6h de escuridão na fase vegetativa, para simular primavera e verão; e 12h de luz acesa com 12h de escuridão na fase de floração, para simular outono e inverno). Mas além da incidência de luz, as plantas reagem fortemente à temperatura e à umidade do ambiente. O controle dessas variáveis também é chamado de Controle de VPD (déficit de pressão de vapor) e inclui tabelas de acompanhamento. Temos portanto, em linhas gerais, como índices desejáveis: Fase Vegetativa - Temperaturas entre 25 e 30 graus (acima disso as plantas já sofrem) e umidade acima de 60%; Fase de Floração - Temperaturas na faixa de 20 a 25 graus com as luzes acesas e entre 18 e 20 graus com as luzes apagadas, e umidade abaixo de 60% (na fase final de floração o cultivo se beneficia muito de baixa umidade, fazendo com que as plantas produzam mais resina) CIRCULAÇÃO DE AR - Todas as plantas adoram ar fresco e uma brisa leve, afinal elas também necessitam de oxigênio e CO2 para sobreviver. No cultivo indoor é possível controlar totalmente a circulação de ar através de exaustores e ventiladores para se obter o melhor clima. Uma boa circulação de ar faz as plantas crescerem mais rápido e proporcionam melhores colheitas, além de ser essencial para os controles de umidade e temperatura (é muito comum no cultivo indoor as plantas sofrerem com as altas temperaturas das lâmpadas). A brisa constante de um pequeno ventilador sobre as plantas fortalece os caules e hastes para que não fiquem enfraquecidos e caiam quando as flores pesarem. Num sistema ideal de ventilação/exaustão é necessário: Remover o ar quente - Se a idéia é baixar a temperatura de uma tenda, por exemplo, é mais efetivo exaurir o ar quente dela do que inserir ar frio para dentro (exatamente como funcionam os coolers de computador) Exaustores são mais importantes que ventiladores - um ventilador pode fazer circular o ar dentro de um ambiente pequeno, mas ele não consegue providenciar a troca de ar tão necessária nem interferir muito na temperatura e umidade. Já um bom exaustor pode fazer ambos. Significa que se você só puder adquirir um dos equipamentos, opte pelo exaustor. Use equipamentos potentes - Se for cultivar plantas grandes ou com lâmpadas muito quentes utilize exaustores e ventiladores potentes. As folhas das plantas estão constantemente transpirando e consequentemente adicionando umidade ao ambiente. Se o seu espaço estiver cheio de plantas você vai precisar de um bom sistema de exaustão para remover essa umidade, ao mesmo tempo em que o aumento do calor produzido por lâmpadas mais fortes também necessitará de mais força para remover todo esse calor. Para dimensionar a exaustão basta ler nas características do exaustor a sua vazão. A vazão adequada para um ambiente inclui ao menos 20 a 30 trocas completas do ar por hora, para que sejam mantidos os mesmos níveis de CO2. Então, por exemplo, se for cultivar numa barraca 1,00x1,00x2,00, o volume interno dela seria 2 metros cúbicos (1x1x2), multiplicando pelas 30 trocas/h obtem-se a necessidade de vazão de 60m3/h. Somamos a isso aproximadamente 20% de perda de eficiência nos dutos para chegar a 72m3/h. Agora basta conferir no(s) exaustor(es) se oferecem essa vazão. Remova os cheiros com filtro de carbono - Filtros de carbono podem ser conectados ao seu sistema de exaustão para remover qualquer cheiro indesejado.
COMO O AMBIENTE INFLUENCIA NO RESULTADO?
O que é um clone e qual a vantagem de se clonar uma planta? Podemos afirmar que um clone é a cópia idêntica de uma planta, obtida através do processo de cortar uma pequena parte dessa planta (fazer um "cut") e deixar que esse cut crie raízes próprias e se torne uma planta idêntica à planta-mãe. Cada clone tem exatamente a mesma genética da planta de onde foi retirado, assim se fizermos o clone de uma planta fêmea, esse clone também será fêmea. A clonagem de plantas é uma das maneiras mais fáceis e rápidas para os cultivadores propagarem, quase que gratuitamente, uma genética específica de uma só vez, pois é possível fazer vários cuts simultâneos da mesma planta e assim se obter muitas plantas novas. E quando esses cuts virarem plantas adultas é possível extrair cuts deles mesmos e assim se propagar quase que indefinidamente essa genética (o chamado "clone do clone" não sofre nenhum tipo de modificação genética, embora que com o passar de alguns anos a genética possa se degradar). Outra vantagem é que os cuts já são plantas adultas, já nascem com a idade da mãe e crescem na mesma velocidade dela, recebendo também os mesmos nutrientes (não é necessário preparar um nutriente específico). O que fazer? Como muitas das técnicas envolvidas no universo do cultivo indoor, existem diversas formas de se clonar plantas. Mas independentemente da técnica utilizada, só devemos clonar as plantas com as melhores genéticas e que estejam totalmente saudáveis no momento do cut. É possível fazer cuts da qualquer planta praticamente em qualquer estágio da vida dela, porém é altamente desejável (e também a taxa de sucesso é bem maior) fazer os cuts de plantas já quase adultas (quando os nós da planta não estão mais lado a lado) na fase vegetativa. Cuts feitos em plantas na fase de floração (aquela genética que você já ia perdendo, mas decidiu manter) tem maior dificuldade de enraizamento porque precisa vencer o estresse de voltar para a fase vegetativa (revegetar), mas é um processo totalmente possível. Como fazer? A lista do que é necessário para uma clonagem de sucesso inclui, além da planta mãe saudável, uma tesoura afiada (melhor ainda um estilete ou um bisturi) higienizada, um produto enraizador (hormônios que ajudam no processo, vendidos em gel, líquido ou em pó) e um meio para se colocar os cuts para enraizarem. Esse meio pode ser um "starter cube", como cubos de lã de rocha ou células de germinação Jiffy, bem como blocos de espuma fenólica ou até mesmo um copo pequeno contendo substrato úmido e adensado (carolina, turfa, coco), todos vendidos no mercado nacional, ou baldes de clonagem (aeroponia), onde os caules dos cuts recebem esguichos de água ou solução nutritiva até firmarem as raízes. Os passos são: 1) Identifique quais caules da planta mãe serão cortados. Os caules mais grossos do topo da planta geram clones de crescimento mais rápido, mas os caules da parte de baixo, mais finos, formam raízes mais rapidamente porque têm naturalmente mais hormônios enraizadores, então é uma questão de escolha. O topo do caule central (caso não tenha feito nenhum treinamento na planta) também gera um clone de qualidade; 2) Faça um corte limpo e preciso, num ângulo aproximado de 45º, imediatamente abaixo de um nó. Em seguida coloque o cut num copo de água pura para evitar o processo de embolia (entrada de ar no sistema da planta); 3) Sobre cortar a ponta das folhas do cut, prática muito adotada por cultivadores, há na literatura algumas controvérsias. Como as folhas transpiram, e como o cut sem raízes precisa de muita umidade, costuma-se cortar as pontas das folhas para que ele retenha mais umidade. Porém, alguns estudos afirmam que essa prática diminui a oferta de nutrientes para o cut, já que as folhas também são fontes de nutrientes. O mesmo raciocínio se aplica sobre a quantidade de folhas deixadas ou retiradas dos cuts (mais folhas = mais transpiração, mas também mais oferta de nutrientes). Recomendamos não cortar as pontas das folhas e deixar ao menos 3 folhas em cada cut (pois enraizam melhor do que quando o cut tem apenas duas folhas); 4) 24h após, retire o cut da água, corte uma pequena parte da parte debaixo desse caule (aproximadamente 1cm, como se faz com as roseiras), mergulhe a ponta na solução de hormônio enraizador pelo tempo recomendado pelo fabricante e em seguida coloque o cut no meio escolhido; 5) Uma vez colocado no meio escolhido, é necessário manter a umidade alta em todo o ambiente do cut até o enraizamento, o que é obtido através da colocação de um domo transparente sobre a bandeja escolhida para manter os clones e/ou borrifando-se água pura sobre os cuts algumas vezes ao dia; 6) Os cuts precisam de muita luz para prosperarem (mínimo 18h/dia), mas uma luz menos intensa do que a dada para a planta mãe (se tiver medidor, 200 ppfd é o ideal). Pode-se usar lâmpadas frias sobre eles ou apenas manter um pouco mais afastados da fonte de luz original. 7) Assim que as raízes aparecerem para fora do meio escolhido, já é possível transplantar a nova planta para um vaso pequeno (lembrando sempre de umedecer o coco antes dos transplantes) e alimentá-la com os mesmos nutrientes de sua mãe.
COMO CLONAR UMA PLANTA?
Aqueles que se lançam na aventura do cultivo têm sempre um sonho comum: a autossuficiência. Para alcançá-la só há um caminho: o cultivo perpétuo, aquele que não falha e rende sempre um pouco mais do que o consumo. Mas como fazer? A não ser que o cultivador tenha uma fonte inesgotável de sementes feminizadas (automáticas ou não), a autossuficiência só é alcançada com ao menos dois espaços (barracas), um para o estágio vegetativo (18/6) e outro para a floração (12/12) e com a prática de clonagem. Um dos métodos mantém plantas em vários estágios nos dois espaços, tendo a vantagem de não acumular o serviço da colheita (que pode levar muito tempo em caso de muitas plantas). Então, se colhermos uma ou duas plantas por semana ou a cada duas semanas, por exemplo, não precisaremos cultivar plantas muito grandes, que ocupam quase o espaço todo. Basta que essas plantas colhidas te sustentem por uma ou duas semanas (30g? 50g? 80g? quem define é o consumo). Ao colhê-las, escolheremos as maiores plantas da vega para ocupar aquele espaço que abriu na flora. Antes de levar essas plantas da vega para a flora faremos uma leve defolhação, bem como alguns “cuts” para perpetuar essa genética através de clones (pode-se fazer clone do clone sem perder nada da genética por ao menos quatro anos antes que ela comece a sofrer alterações perceptíveis). Na vega, por sua vez, manteremos plantas de vários tamanhos, desde os pequenos clones até plantas maduras já prontas para floração. Caso algumas plantas comecem a ficar muito grandes enquanto não se abre espaço na flora, basta podá-las pelo topo (com isso os caules engrossarão e o rendimento dessa planta será maior. Também é possível manter um cultivo perpétuo com todas as plantas no mesmo estágio, mantendo tanto o espaço da vega quanto o da flora tomados de plantas. Nesse caso, após uma colheita todas as plantas da vega se deslocam para a flora e o espaço da vega é ocupado por clones para um novo ciclo.